DISTINÇÃO
sempreemfrente
No mês passado, várias cidades do estado do Rio Grande Sul foram inundadas. Diante dessa catástrofe, cumpre observar que independentemente da classe social, raça ou religião, várias pessoas se viram perdidas em meio as inundações. No contexto atual, o que podemos fazer?
É pertinente mencionar, o momento e o relato de um homem que ao segurar apenas seu cachorro e celular, pode registrar a cena devastadora da sua vida, onde sua casa e todos os seus bens ficaram embaixo d’água. Ele disse: “nada adiantou ter carro importado ou roupas de marca, deixo tudo isso para trás.”
Não é fácil abandonar o que temos apreço. Todavia, deparamo-nos com algumas pessoas que apesar de estar em cargos de gestão, demostraram total desinteresse em executar ações para as manobras de manutenção das barragens para evitar a ruptura delas, deixando a população desamparada. O que causa espanto é que essas pessoas, também, se prejudicaram de forma direta ou indireta.
Quando desconhecemos o que precisamos fazer, até dá para entender, mas quando desprezamos com total indiferença e arrogância, as atitudes que precisamos desenvolver, somente nos cabe pensar o motivo de estarmos aniquilando a vida.
É muito triste escutarmos de várias pessoas, até mesmo de nós, que o planeta está adoecido e nada fazermos para curá-lo. Parece que não fazemos parte dele. Pregamos a vida e praticamos o extermínio. É muita falta de coerência.
Precisamos sair do lugar de quem apenas fala, discursa, julga, condena, mas comete o mesmo crime. Sim, somos todos(as)criminosos(as). Afinal de contas, derrubamos árvores para adquirir casa, apartamento, móveis... Uma cidade inunda, devido o assoreamento dos rios, remoção da mata e a impermeabilização do solo nas cidades. Compramos carro e moto. Há mais de 100 anos liberamos diversos gases pelo escapamento do carro e da moto, inclusive o monóxido de carbono (CO) que é um gás resultante da queima incompleta do combustível e, inalado, reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Também, geramos lixo. Assim, a humanidade é inescusável. Não tem desculpa! Conhece o que precisa ser feito, mas não o faz.
Vale realçar que
“segundo o artigo 3º da LINDB (Lei de Introdução ao Direito Brasileiro) presume-se que todo brasileiro conhece todas as leis do nosso ordenamento jurídico. Essa presunção surge da redação do artigo 3º, que diz “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”.” (Fonte: jusbrasil).
Podemos até alegar o desconhecimento de uma norma, mas o caso em questão, parece-me impossível que não saibamos que o desmatamento, a liberação de CO e o assoreamento dos rios causam danos ao planeta e a todo ser que habita nele, sem distinção.
Em síntese, faz-se urgente, desenvolvermos ações para salvarmos a Terra e seus habitantes. Dentre elas: construção de sistemas eficientes de drenagem; desocupação de áreas de risco; criação de reservas florestais nas margens dos rios; diminuição dos índices de poluição e geração de lixo e um planejamento urbano mais consistente.
Diante do exposto, o problema das enchentes é crônico. Por isso, as cidades e seus moradores precisam de cuidados contínuos. Estamos perdendo materiais e a nossa saúde. Não dá mais para ignorar essa enfermidade. O Estado precisa desenvolver práticas e medidas para garantir que todo(a) cidadão (ã) tenha acesso à saúde física, social e mental. Haja vista, o que aconteceu no estado do Rio Grande do Sul, trata-se de uma questão de saúde pública.