O ato de ressurgir, de reaparecer, pode para algumas pessoas soarem como impossível ou até mesmo algo religioso. Contudo, quero enfatizar com este texto a importância da mudança da rota para reconstruir nossa vida.

     Penso que reconhecer que precisamos mudar, não é fácil. Teremos que, muitas vezes, desafiar as intempéries do mundo para seguir uma nova direção e dar um novo sentido à nossa vida.

     Todas as pessoas realizam escolhas, diariamente, em todo lugar. Infelizmente nem sempre acertamos e aquela decisão tomada, talvez de forma impulsiva, pode ter provocado uma derrocada.

      Entretanto, precisaremos ter a humildade de assumir o nosso erro, por menor que tenha sido, decidir fazer diferente e desenvolver uma atitude, que somente dependerá de nós para recomeçar e renovar a nossa vida.

      Tampouco, ter um sonho poderá nos inspirar, animar e impulsionar a produzir importantes mudanças, estimulando-nos a iniciar a descobrir a maneira como enfrentamos e lidamos com o nosso erro, fracasso, rejeição, trauma e diversas crises pessoais e profissionais, porque a mente humana provoca múltiplas transformações.

       Destaco Foucault ,1998,

“Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta”.

      A motivação, o desejo e os sonhos podem nos ajudar a superar esses monstros secretos.

       Augusto Cury em seu livro Nunca Desista de seus Sonhos, fez uma linda dedicatória,

“Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis, as pedras do caminho se tornam montanhas, os fracassos se transformam em golpes fatais.

Mas, se você tiver grandes sonhos...seus erros produzirão oportunidades, seus medos produzirão coragem.”

      Não só ter humildade de assumir nosso erro, decidir fazer a diferença, desenvolver uma atitude e ter sonhos, mas também, aceitar a nossa vulnerabilidade com mais ousadia, para com mais firmeza, conseguirmos dar um novo passo neste novo caminho escolhido a ser trilhado.

     No entanto, precisamos estar cientes de que a jornada da nossa existência não é percorrida sozinha. Precisamos pedir ajuda e ter uma rede de apoio que nos ajude durante o trajeto, a nos colocar em primeiro lugar, estabelecer limites, oferecer uma mão para nos levantar quando cairmos, uma lanterna para enxergar os obstáculos que surgem, naturalmente, em nosso caminho e instrumentos para identificar nossas necessidades e vontades, sem julgamentos. Essa rede de apoio pode ser composta por familiares, amigos(as), vizinhos(as), colegas de trabalho, profissionais de saúde...Não importa quem sejam, mas que estejam dispostos(as) a abraçar a nossa causa de ressuscitar com mais plenitude a partir de um sentimento de amor-próprio.

      Por isso, ao aceitarmos a nossa vulnerabilidade e embarcarmos, com a ajuda da rede de apoio, em uma jornada em busca do amor-próprio, autoestima e autocuidado, significará que estaremos nos acolhendo com bondade, gentileza, graciosidade, perdão, compaixão, cultivando a coragem e vínculos suficientes, que não importa o que fizermos ou deixarmos de fazer, sempre iremos nos dar valor, valorizar à nossa maneira de se colocar no mundo, o nosso jeito de SER.

       Enfim, viva o retorno à vida!