O CONFLITO
sempreemfrente
Em meio as várias e assustadoras notícias recebidas pelos meios de comunicação sobre a guerra entre Israel e grupo radical islâmico Hamas, refleti sobre o motivo desta guerra: Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina. Surge, então, o conflito armado. Como solucioná-lo?
A tensão entre Israel e Palestina mistura política e religião e se estende há mais de 70 anos, deixando milhares de mortos dos dois lados. Fica claro que entre esses dois Estados existe conflito de interesse.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU),
“Conflito de interesse é uma situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública.”
A existência do ato, estado ou efeito entre duas pessoas ou mais divergirem é natural, porque somos diferentes. É inevitável no ser humano, pois dentro de cada um de nós existem conflitos internos.
Talvez o único problema, não esteja na existência dos conflitos, mas não saber administrá-los. Eles não administrados tendem a gerar uma grande tensão e explodir. Quando enfrentados e administrados podem ser fatores de crescimento, gerando um ambiente de paz e tranquilidade. E uma das formas para lidar com o conflito é o debate. Quem sabe debater tem como o objetivo convencer.
De acordo com o dicionário Oxford, um dos significados do verbo convencer é
“persuadir (alguém ou a si mesmo) a aceitar uma ideia ou admitir um fato, por meio de razões ou argumentos bem fundados.”
Robert Cialdini, psicólogo conhecido por seus estudos científicos sobre influência, em uma entrevista concedida à Folha de São Paulo disse que
“Convencer é uma arte que pode ser ensinada.”
Entretanto, o ser humano precisa estar junto, conviver, para aprender uns com os outros. Até porque asseguramos a existência da condição humana com outros humanos, compartilhando as nossas emoções e sentimentos ambíguos, inclusive nossos conflitos.
Andrea Carla F.de Oliveira, escreve em seu texto publicado no site do Ministério da Educação, que existem vários tipos de conflitos: Intrapessoal (o que ocorre dentro da nossa mente), interpessoal (quando existem pessoas dentro de um grupo que apresentam divergências, opiniões diferentes em relação a algum assunto) e intergrupal (quando temos dois ou mais grupos com um problema que precisa ser resolvido).
Não só existem tipos de conflitos como também, existem níveis de conflito: latente (existe, mas não é dito, porque não é percebida a sua existência por quem o detém) percebido (a pessoa sabe da existência, mas não quer resolvê-lo), sentido (parecido com o percebido, as partes percebem, mas não fazem nada a respeito), manifestado (a agressividade está explícita, os comportamentos são assumidos como tais) e o desfecho (quando o conflito é solucionado).Espera-se que todo conflito seja solucionado, mas quando isso não ocorre, volta-se a um nível anterior. Desta forma, o conflito é cíclico.
A forma como iremos buscar gerir o conflito pode ser diferente de uma pessoa para outra. Visto que, uma pessoa vai vivenciar o conflito do jeito que julgar como mais apropriado e que faça sentido para ela. Portanto, poderá escolher fugir, lutar ou solucionar.
Enfim, não existe uma única estratégia a ser usada para solucionar um conflito. O que podemos fazer é refletir sobre como estamos administrando os nossos conflitos. Ernesto Artur Berg, dá onze dicas em seu artigo intitulado “Você sabe administrar conflitos? Onze Dicas para Você Lidar com Conflitos Eficazmente.” 1-Procure soluções, não culpados; 2- Analise a situação; 3- Mantenha um clima de respeito; 4- Aperfeiçoe a habilidade de ouvir e falar; 5- Seja construtivo ao fazer uma crítica; 6- Procure a solução Ganha-Ganha; 7- Aja sempre no sentido de eliminar conflitos; 8- Evite preconceitos; 9- Mantenha a calma; 10- Quando estiver errado, reconheça o erro; 11- Não varra os problemas para baixo do tapete. Que possamos estar abertos a aprender a dialogar, ficar atento(a) à posição da outra pessoa e defender a própria posição com respeito, pois o diálogo pode gerar conflito, mas o conflito não é necessariamente negativo, nem uma ameaça à paz. Uma vez que paz é onde não há confronto (a tentativa de anular outra pessoa), mas se admite o conflito.