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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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24.09.23

SER LUZ


sempreemfrente

    No mês de setembro costumamos falar da importância da conscientização sobre o suicídio. Infelizmente, muitas pessoas, neste momento, podem estar sentindo uma dor tão grande que só encontram um único caminho para acabar com este sofrimento, praticar o suicídio. Por isso a importância de debater sobre este tema social tão relevante e indicar ajuda para quem precisa.

 

     Não temos o costume de conversar sobre o tema da morte. Ele é um tabu para muita gente. Cada vez mais, se faz necessário ser derrubado através da educação, compartilhando ao máximo informações ligadas ao tema.

 

    Segundo o filósofo chinês Confúcio,

“Nós ignoramos tudo sobre a vida; que podemos então saber sobre a morte?”

 

      Sabemos que ter consciência da morte é uma marca da sociedade. Quando um indivíduo morre, este evento não é isolado, pois representa tantos eventos quantas as relações envolvidas. Todas elas passam a correr o risco de serem rompidas, efetivamente. Por isso, quando uma pessoa desaparece engrandece ainda mais as relações sociais.

 

     Precisamos acompanhar o pensamento do antropólogo José Carlos Rodrigues,

“Não se trata somente de esquecer o morto e de obturar a lacuna que ele deixou. Trata-se também de mobilizar a comunidade para suas relações com o novo parceiro- alma, espírito, ancestral, etc.- que a morte criou. As relações não cessam com o falecimento, uma vez que o morto de numerosas maneiras vai continuar a influenciar os vivos.”

 

      A sociedade diante da morte não morre, mas continua a produzir para se reproduzir. Não adianta queremos silenciar a morte de uma pessoa. Talvez, o que precisamos fazer é desmistificá-la, através da comunicação. Dar espaço para as pessoas chorarem, abrirem-se e falarem das suas mortes diárias, das angústias, decepções, perdas...sem que precisem esconder suas feridas. Quanto maior a sua dor maior a efervescência pela qual dirige os indivíduos uns em direção aos outros.

 

      Todas as pessoas têm problemas. Partilhar esses problemas pode ser a prevenção de um suicídio, ser luz para iluminar a região sombria da morte.

 

     De acordo com a OMS- Organização Mundial da Saúde, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para ofertar ajuda voluntária ou profissional.

 

      Por isso, é preciso que percamos o medo tanto de falar das perdas cotidianas sem perder de vista a vida, pedir ajuda, quanto de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A dor não é anônima, tem nome, identidade e história. A pessoa que está em crise suicida se percebe sozinha e isolada. Necessita ser enxergada e acolhida de forma respeitosa. Todos(as) podemos ajudar e fazer a diferença na vida de alguém! Acolher é cuidar, aceitar o tempo desta pessoa, dar escuta sem julgamento, é ser luz na vida de outrem.