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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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24.06.23

DESCRENÇA


sempreemfrente

       Nos dias atuais percebo que a maioria da população se sente totalmente abandonada pelo poder público, sem força para exercer seu direito como cidadão/cidadã. Nas rodas de conversa, em algum momento, é abordado o tema do descaso de alguns políticos e na descrença na arte de governar.

 

      Quando perdemos a crença nas práticas relacionadas ao exercício do poder do Estado, deixamos uma brecha para aquelas pessoas mal-intencionadas invadirem o espaço que não ocupamos, realizando escolhas que irão impactar diretamente as nossas vidas. Entregamos, assim, o poder para outrem.

 

     O conceito de política está estritamente ligado ao conceito de poder. Destaco a definição de poder pelo filósofo Bertrand Russell,

 “o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados”.

 

     Existem várias formas de poder do homem sobre o homem, mas aqui ressalvo o poder político. Aquele poder que a cada dia exerce um grande fascínio entre algumas pessoas.

 

    Talvez, porque esse poder político conta com a concordância da sociedade para usar a força, a capacidade de tomar decisões que vale para a coletividade e a possibilidade de intervir em todas as esferas de atividade do grupo e de encaminhar a atividade ao fim desejado por meio de leis, normas e regras destinadas a todo grupo. É muito poder!

 

    A política expressa diversos interesses em conflito na sociedade que se manifestam através de diversas ideias e propostas em permanente negociação e colisão. Ela não tem um fim estático e definido.Será muita ilusão acreditar que a política é para o bem- comum. Enquanto se fizer necessária, seus fins serão tantos quanto os objetivos dos grupos políticos e econômicos dominantes.

 

    Porém, existem pessoas que militam em movimentos sociais, sindicatos e diversas associações em prol do seu ideal traduzido na busca da realização do bem-comum. Para algumas pessoas elas são ingênuas, por causa do seu ideal, apesar de sensíveis às necessidades das pessoas excluídas e injustiçadas.

 

    Independente do ideal a ser defendido, precisamos impedir que as pessoas espalhem a descrença em nosso poder, que não podemos fazer mais nada. Será muita irresponsabilidade, vitimismos e utopia acreditar que exista uma única pessoa, um Estado que é o nosso guardião, tendo os mesmos interesses específicos que os nossos e que irá nos salvar, sem que ao menos façamos a nossa parte.

 

    Está mais que na hora de começarmos a identificar e desmascarar o falso bom moço, disfarçado de bom político. Abrir os olhos e enxergar a insensibilidade de alguns governantes e da elite que não tem nenhum interesse de deixar de ser elite. Como nos ensinou Maquiavel, a política é a arte de conquistar, dominar e manter o poder político. Precisamos voltar a conquistar os nossos espaços.

 

    Logo, se temos o interesse em mudar algo, precisamos voltar a acreditar em nosso potencial. Ter coragem para provocar mudanças, polemizar através de discussões e debates, dando voz aos nossos direitos e ideais políticos. Voltar a se sensibilizar com os pais que não tem trabalho, com a família que passa fome, com a população em situação de rua, com os dependentes de drogas e com as pessoas que estão perdendo a sua vitalidade, sem força para pedir ajuda. Temos que nos esforçar, fortalecer os nossos braços, levantar as mangas e exercer os nossos direitos de cidadão/cidadã. Desmistificar a ideia da existência de uma política e Estado como agentes do bem-comum. Infelizmente, não existe uma sociedade justa e igualitária, bem como não existe o super-homem ou a mulher maravilha.  Façamos a nossa parte. Vamos fazer a diferença neste mundo.