PROTEÇÃO
sempreemfrente
As mulheres continuam vivendo dias difíceis. Acordamos e nos deparamos com várias sendo espancadas e humilhadas, demonstrando total desproteção por algumas pessoas da sociedade. Será que esse comportamento é normal?
Falam muito em proteger as mulheres, mas na prática não percebo isso acontecer. Basta separar um tempinho e entrar nas redes sociais para ler diversas matérias falando dos assassinatos cometidos, praticamente todos os dias, em razão do gênero.
Estamos na semana que antecede o Carnaval e pouco se fala da importância de respeitar o corpo e a vontade feminina. Até quando ficaremos paralisados(as) diante de tanta matança?
Quando falo de morte, refiro-me também as mais variadas formas de matar uma pessoa. Não é apenas a física. Tem a psicológica que mina aos poucos a autoestima e fortaleza de uma mulher: a perda da espontaneidade diante dos constrangimentos e da dominação.
Não é fácil recuperar e muito menos dar um novo significado as experiências massacrantes. Contudo é possível. Precisamos querer oferecer uma real proteção e acabar com a dor violenta que dilacera a alma de quem foi ou está sendo agredida, simplesmente por ser mulher.
Um dos caminhos possíveis para terminar esse extermínio é ofertar espaços e condições para fortalecer o amor-próprio feminino. Convidar as mulheres que estão neste lugar doloroso para embarcar em uma jornada em busca de aprender a se cuidarem, amando-se, tornando-se mais resistentes e robustas.
Destaco a frase de Lao Tsé,
“Uma jornada de mil quilômetros começa com um único passo.”
Quando uma mulher aceita esse convite , precisará revisitar a sua história, crenças e valores que muitas vezes contribuíram para a desqualificação pessoal, acreditando que merece pouco e que seus sentimentos e pensamentos não importam e não servem para nada.
Será fundamental ingressar no autoconhecimento, explorar os medos, dúvidas, inseguranças, barreiras e bloqueios mais profundos e obscuros para conseguir identificar o que paralisa, ofusca a autoestima e o amor-próprio. Não só ingressar no autoconhecimento mas também, desarmar as mensagens internalizadas, feridas e traumas que são o gatilho para o surgimento do pensamento e da conversa negativa e do aumento de cobranças e críticas que a levam não acreditar em si mesma.
Segundo uma das falas do Walt Disney,
“Não deixe que os seus medos tomem o lugar dos seus sonhos.”
Uma vez que o primeiro passo foi dado, ela precisará dar outro, somente mais um passo e assim por diante para acreditar em si mesma, mesmo quando o seu sonho parecer impossível.
Conforme os passos são dados poderá descobrir e analisar os relacionamentos consigo mesma e com os outros. Identificar os sinais que avisam que algo não está caminhando bem na capacidade de amar a si mesma ao ponto de insistir em manter um relacionamento tóxico que apresentam algumas dinâmicas: Gaslighting (fazer duvidar da sua realidade); xingamentos; coerção; controle; ameaças; ciúme (fingir que esse sentimento significa que a ame mais); desconfiança e invisibilidade.
Logo, logo descobrirá que a realização do sonho próprio está mais perto do que imagina. Mas, apenas precisará não desistir nem abandonar sua alma pelo meio do caminho. Começar a ressignificar a forma como cuida de si e das pessoas em seu entorno. Ser mais assertiva, autêntica e procurar agradar a si própria, estabelecendo limites, o que proporcionará uma responsabilidade dos sentimentos e espaço e controle sobre o próprio corpo, dando voz e vez a ele. Tampouco, fortalecer seu relacionamento consigo mesma.
Enfim, participar da jornada do autoconhecimento será um grande desafio e uma demonstração de resistência diante do comportamento de algumas pessoas que insistem em não querer ouvir ou mesmo dar visibilidade as necessidade do gênero feminino. Não importa quantos golpes a mulher recebeu, mas é preciso sempre que ela aprenda a levantar a cabeça, buscar ajuda e proteção para avançar, seguir em frente. Ter um foco contínuo para fortalecer a autoestima, a autocompaixão e o autocuidado.