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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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20.05.22

SUPORTAR


sempreemfrente

          Durante uma conversa o verbo suportar entrou na roda e vários questionamentos surgiram. Quantas vezes fomos capazes de segurar um objeto pesado, de dar acolhimento diante da perda ou de um frio intenso ou de prestar socorro para uma pessoa desconhecida? Como fazemos uso desse verbo nas relações humanas e interpessoais?

 

        Resolvi trazer para este texto uma provocação como forma de desafio para refletirmos sobre as nossas atitudes diante de tanta omissão cometida por nossa sociedade.

 

          Conforme o Prof. de Direito Penal André Callegari,

 

“Ressalte-se que o não-fazer não se traduz necessariamente em inércia corporal, devendo ser pensado como um não fazer o que a lei exige, podendo tal “não-ação” ser a prática da conduta diversa da exigida (como a fuga na omissão de socorro, por exemplo). São descritos como uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalístico. O exemplo clássico é o da omissão de socorro, que se consuma com a simples abstenção de prestar socorro, independentemente se outra pessoa auxilia a vítima e nada acontece a ela17.”

 

      Parece que decidimos ficar sentados na nossa cadeira próxima à janela e assistir, como meros espectadores, o derramamento de sangue a olhos vistos sem nada fazer.

 

      Pessoas gritam por socorro na esquina, percebemos a ausência de um(a)vizinho(a) e nem sequer nos levantamos da cadeira. Preferimos ficar segurando, talvez, o nosso saco de pipoca e aumentar o volume do som da TV ou colocar o fone de ouvido do nosso smartphone para não nos incomodar com o que ocorre fora da nossa casa ou, muitas vezes, dentro dela.

 

      Muitas vezes, escondemo-nos atrás do medo. Essa emoção é basicamente a maneira que o corpo encontra de nos preparar para algo que nos representa ameaça ou perigo. Em certas proporções, o medo é necessário para a proteção da espécie. Cada pessoa lidará com ele de forma diferente, porque é causado pela percepção subjetiva que temos de objetos e contextos, baseada nas interações que estabelecemos com o desenvolvimento pessoal e a estrutura social e simbólica na qual estamos inseridos. Por isso, não podemos generalizar as respostas e reações diante dele.

 

   Contudo, podemos questionar a frequência de sermos e nos sentirmos omissos diante de uma violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Podemos fazer diferente ao buscar entender a nossa história, como e em qual contexto os valores e as emoções nos foram transmitidos. Dar um novo significado às nossas experiências poderá nos ajudar a nos libertar de um medo paralisante.

 

    Assim, espero que possamos ter coragem e humildade para pedir ajuda, pois não podemos esperar que ninguém nos ajude, a menos que estejamos dispostos(as) a compartilhar que precisamos ser ajudados(as), quando notarmos que não estamos mais interessados(as), em abrir os nossos sentidos para perceber os pedidos de socorro e, tampouco, importar-nos em suportar quem precise de ajuda.

 

 

 

01.05.22

COMO DIMINUIR A ANSIEDADE E O ESTRESSE NO TRABALHO


sempreemfrente

Por Bruna Cosenza  

O estresse no trabalho se tornou um fator muito preocupante para as empresas, pois o Brasil já chegou ao segundo lugar no ranking dos países mais estressados do mundo.

O cenário, portanto, não é nada bom e uma das principais razões das pessoas estarem tão estressadas é o trabalho. Uma pesquisa da Isma-BR apontou que 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela causada pelo estresse. Além disso, para completar, desse total, 32% sofrem de burnout.

Não é mais possível fechar os olhos e deixar de agir contra um mal que afeta a vida de tantas pessoas. Afinal, o estresse já é considerado uma doença segundo a Organização Mundial da Saúde.

Seus níveis elevados podem ocasionar na síndrome de burnout, ou seja, um esgotamento físico e mental relacionado ao ambiente de trabalho. Além disso, em casos mais graves, os trabalhadores precisam se afastar temporariamente de suas ocupações profissionais para que possam se recuperar.

Assim como o estresse, a ansiedade também afeta bastante o dia a dia das pessoas de tal forma que, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Portanto, também não estamos indo muito bem nesse quesito.

O estresse e a ansiedade no trabalho não são brincadeira e, portanto, neste artigo, vamos te provar que está mais do que na hora de todas as empresas olharem com mais atenção para este assunto.

O que é o estresse no trabalho?

O estresse, a princípio, não é algo ruim, pois se trata de uma resposta do nosso corpo a algum estímulo. Caso não existisse, provavelmente a raça humana provavelmente estaria extinta, pois o estresse é responsável por nos fazer agir em momentos em que é preciso lutar ou fugir, por exemplo.

Portanto, se você se sentir sob alguma ameaça, rapidamente o seu corpo irá responder e garantir que você aja para se defender.

São várias as situações que causam estresse em uma pessoa, mas como muitas pesquisas já apontam, é preciso ter consciência de que o ambiente de trabalho é um dos principais desencadeadores.

Momentos de estresse no trabalho todas as pessoas têm, mas o perigo é quando ele se prolonga por muito tempo, ocasionando problemas cognitivos, emocionais e físicos também. Dessa forma, o indivíduo fica a maior parte do tempo irritado, preocupado, frustrado, ansioso, com medo e se sentindo desconfortável.

Quais são as causas do estresse no trabalho?

O estresse no trabalho pode ser ocasionado por vários fatores, mas existem alguns que são mais comuns.

Vamos conhecê-los?

1. Competitividade excessiva

Um ambiente tóxico, no qual as pessoas sentem que precisam o tempo todo vencer pode elevar os níveis de estresse. Conforme a competitividade cresce, a tensão se torna mais presente e ninguém consegue trabalhar tranquilamente.

2. Jornadas de trabalho excessivas

Trabalhar horas extras todos os dias pode ocasionar em esgotamento físico e mental, pois deixa a pessoa se sentindo exausta. Isso porque é preciso ter alguns momentos de lazer e convívio social fora do trabalho, caso contrário, o estresse pode se tornar um companheiro diário.

3. Pressão excessiva aumenta o nível de estresse no trabalho

Ambientes que focam muito em resultados e se esquecem da vida pessoal dos funcionários podem se tornar tóxicos, pois a pressão excessiva acaba se tornando um fator de estresse no trabalho muito grande.

Portanto, é preciso equilíbrio para que os funcionários consigam entregar bons resultados sem prejudicar a própria a saúde.

4. Relacionamento ruim com chefe e pares

Quando o relacionamento com o chefe ou os colegas de trabalho não é harmônico, as chances de conflitos e desentendimentos acontecerem são maiores. Portanto, aos primeiros sinais de que algo não vai bem nas relações entre os funcionários da empresa, é preciso trabalhar para resolver a questão.

Isso porque este é um dos fatores que pode gerar estresse no trabalho, já que intrigas e brigas causam angústia, raiva e medo constantes.

5. Medo do desemprego gera estresse no trabalho

Principalmente nos últimos anos em que a crise econômica afetou em cheio o Brasil, o medo do desemprego cresce e, dessa forma, as pessoas ficam mais estressadas também.

Quem perdeu o emprego precisa lidar com a angústia da recolocação. Por outro lado, quem continua empregado muitas vezes precisa trabalhar dobrado para suprir a perda de funcionários que não serão recontratados. Isso também gera bastante estresse, pois acaba ocasionando em horas extras de trabalho.

Quais são os sintomas do estresse no trabalho?

Como citamos anteriormente, os sintomas do estresse podem ser emocionais, mas também físicos ou cognitivos. Quanto mais grave o caso, mais intensos e constantes os sinais de que algo não vai bem.

Confira, em seguida, os sintomas mais comuns!

       

      Sintomas físicos

  • Gastrite
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Mudanças no sistema gastrointestinal
  • Náuseas
  • Tonturas
  • Queda da imunidade
  • Cansaço excessivo
  • Dores no peito

       

      Sintomas emocionais

  • Mudanças de humor
  • Irritabilidade
  • Dificuldade para relaxar
  • Isolamento social
  • Infelicidade
  • Sensação de sobrecarga
  • Ansiedade

     

     

       Sintomas Cognitivos

     

  • Problemas de memória
  • Dificuldade de se concentrar
  • Inquietação
  • Preocupação excessiva
  • Pessimismo

Como diminuir o estresse e a ansiedade no trabalho?

Existem várias formas de diminuir a ansiedade e o estresse no trabalho de tal forma que os funcionários tenham um dia a dia mais saudável.

Deve haver um equilíbrio de papéis, pois os próprios funcionários podem cuidar para que o estresse no trabalho não domine suas vidas e eles tenham qualidade de vida.

No entanto, as empresas também precisam se reconhecer como responsáveis por uma parcela da saúde física e mental de seus profissionais.

Confira, em seguida, algumas estratégias que podem ser adotadas pelas organizações para que os níveis de ansiedade e estresse no trabalho diminuam!

1. Proporcione um ambiente de trabalho agradável

Antes de tudo, o primeiro passo é ter certeza de que o escritório no qual seus funcionários passam boa parte de suas horas por dia é adequado e agradável.

Ambientes sujos, bagunçados e desconfortáveis estão fora de cogitação, afinal, tudo isso influencia nos índices de estresse no trabalho.

Os colaboradores precisam se sentir acolhidos, ou seja, vale a pena investir um pouco na decoração do local e não deixar as paredes todas cinzas. Assim, um ambiente alegre e com alto astral ajuda as pessoas a terem dias mais felizes também.

Além disso, é importante proporcionar uma pequena área de lazer, mas não se engane ao pensar que, com isso, quero dizer que a sua empresa precisa ser o novo Google.

O investimento não precisa ser tão alto, mas com certeza deve atender as necessidades básicas dos funcionários. Uma sala de descanso, por exemplo, onde as pessoas podem relaxar um pouco durante alguns períodos do dia é essencial.

O ideal é que não seja permitido trabalhar ou fazer reuniões neste local, caso contrário, ele perde o seu propósito e não colabora para tornar o escritório um lugar melhor.

2. Seja flexível com horários

Em várias cidades as pessoas perdem muito tempo no deslocamento para o trabalho e já foi comprovado por meio de pesquisas que isso pode afetar a produtividade do trabalhador.

Além disso, nesses casos, o estresse também aumenta quando os funcionários ficam preocupados com horários de reuniões ou precisam bater o ponto exatamente em um horário específico.

Considerando que o contexto não é fácil em muitas regiões do país, o ideal é que as empresas sejam um pouco mais flexíveis em relação aos horários. Isso não quer dizer que regras não devam existir, mas que precisam considerar os imprevistos e dificuldades que as pessoas enfrentam para chegar ao trabalho.

Outro ponto importante em relação à flexibilidade é o fato de que de vez em quando seus colaboradores podem precisar fazer horários alternativos, pois eventualmente existem compromisso pessoais que não podem ser adiados.

O papel das organizações deve ser proporcionar tal flexibilidade para que as pessoas não fiquem preocupadas excessivamente com assuntos pessoais no ambiente profissional.

Ao mesmo tempo, o home office também é uma maneira muito inteligente de lidar com as diferentes necessidades dos funcionários. Portanto, considere criar uma política clara e que tenha como objetivo ajudar os colaboradores a equilibrarem a vida pessoal e profissional.

3. Preze por qualidade de vida

A qualidade de vida não é mais um diferencial, mas uma necessidade. Todo mundo deseja ter mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Portanto, para não ficar para trás, inclua no discurso da sua empresa que não serão toleradas atitudes que menosprezem a qualidade de vida dos funcionários. As pessoas

precisam confiar que aquele é um ambiente que preza pelo equilíbrio.

Uma dica é treinar todos os gestores para que fiquem atentos a este ponto de tal forma que consigam controlar as tarefas dos times para que ninguém fique sobrecarregado.

Muita gente tem dificuldade em organizar as suas obrigações e ser produtivo, portanto, para auxiliar a organização também pode fornecer workshops que ajudem as pessoas a produzirem mais em menos tempo.

Existem várias outras medidas que podem ser tomadas, como por exemplo, a famosa “Summer Friday”, que permite que os funcionários saiam mais cedo nas sextas-feiras de verão.

No entanto, para que ações como essa deem certo é preciso conscientizar sobre a responsabilidade que cada um tem sobre as suas demandas, pois um benefício destes não deve ser utilizado de maneira inadequada pelos colaboradores.

4. Proíba o trabalho durante o horário de almoço

Muita gente tem o hábito de almoçar correndo para adiantar as tarefas, ou pior, comer na mesa para otimizar o tempo.

Além de não ser saudável, atitudes como essa elevam os níveis de estresse no trabalho, pois o horário de almoço deveria ser uma pausa para descansar a cabeça das obrigações.

Enquanto as empresas ainda permitirem esse tipo de atitude, pessoas continuarão almoçando na mesa, vidradas na tela dos seus computadores. Dessa forma, sem se darem

conta, trabalharão 10 horas ininterruptamente.

Cabe às organizações proibir ações como essa, reforçando que os funcionários devem fazer pelo menos 1 hora de almoço, distrair a mente e utilizar este momento para relaxar.

5. Crie momentos descontraídos

Para que o ambiente não se torne pesado demais, é importante que a empresa se preocupe em proporcionar momentos de descontração no trabalho.

Dessa forma, as pessoas vivem um dia a dia mais leve e se sentem queridas e valorizadas

pela organização.

Pequenas ações já podem ter um enorme impacto no clima e desempenho dos funcionários, portanto, vale considerar criar datas comemorativas e oferecer palestras para diminuir o desgaste do dia a dia.

Pode parecer bobo ou sem importância, mas para quem fica o tempo todo sentado em uma cadeira em frente ao computador, estas atividades podem ser muito gostosas e quebrar um pouco o ritmo frenético de trabalho.

6. Incentive a prática de exercícios físicos

Não há como negar que a prática de exercícios físicos é benéfica tanto para a saúde física como mental, pois ajuda a diminuir a ansiedade e o estresse no trabalho.

Em escritórios nos quais as pessoas quase não se levantam da cadeira, pois a maioria das funções são em frente ao computador, é importante que as empresas incentivem a prática de atividades físicas.

Isto pode ser feito por meio de benefícios corporativos que permitem que os funcionários façam aulas em academias, por exemplo. No entanto, há outras formas também de incentivar esta prática!

Já pensou em oferecer aulas durante o expediente? Contrate um professor que dê aulas específicas para os seus funcionários para, assim, incentivar as pessoas a fazerem pequenas pausas no dia a dia para cuidarem de si mesmas.

Caso não haja espaço o suficiente no escritório, procure um lugar próximo que possa ser alugado e utilizado para tais atividades.

7. Incentive a meditação para reduzir o estresse no trabalho

Um dos principais benefícios da meditação é a diminuição do estresse, portanto, pode ser uma ferramenta poderosa para tornar o ambiente de trabalho mais saudável.

Foi o que revelou uma pesquisa realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, a Universidade Federal de São Paulo e o Instituto Appana Mind. O estudo apontou que fazer 1 hora e 15 minutos de Yoga e meditação três vezes por semana, por dois meses, foi capaz de cortar pela metade a concentração de cortisol das pessoas avaliadas.

O grupo que fez parte da pesquisa era de cuidadores de pessoas com Alzheimer, portanto, eles tinham índices altos de cortisol, o hormônio do estresse.

A dica é oferecer workshops, aulas e outros tipos de incentivos para que os seus 

funcionários busquem na meditação uma forma de aliviar a ansiedade e o estresse no trabalho.

8. Ofereça a terapia como benefício corporativo

A terapia também é uma ferramenta muito poderosa quando o assunto é ansiedade e estresse (...)

Dessa forma, a empresa demonstra preocupação genuína e fornece auxílio para que mais pessoas possam realizar sessões de terapia e trabalhar questões relacionadas ao estresse.

Afinal, vale ressaltar mais uma vez que se as organizações não olharem com atenção para este assunto, a tendência é que a situação se agrave. Com isso, quero dizer que o 

absenteísmo e afastamentos por conta de ansiedade e estresse vão acabar prejudicando ainda mais a produtividade e o crescimento da sua empresa!

Para que essa não se torne a sua realidade, entenda como começar a implementar agora mesmo a terapia como um benefício corporativo na sua organização.