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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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22.04.22

DESISTIR OU SEGUIR EM FRENTE


sempreemfrente

        Diariamente passamos por vários desafios para permanecermos firmes em nosso propósito de vida e, enfim, alcançarmos a nossa meta. Entretanto, ao nos depararmos com alguns obstáculos podemos querer desistir, por estarmos desmotivados(as). Quem já não passou por isso?

 

      Um dos obstáculos ao nosso crescimento é precisar encontrar formas de enfrentar a ansiedade provocada por um aumento da tensão ou de algum desprazer que poderá se desenvolver em qualquer situação, real ou imaginária, quando a ameaça é muito grande ao ponto de não conseguir ser ignorada, dominada ou descarregada, seja através de uma perda de um objeto desejado, de um amor, identidade ou autoestima.

 

       Uma vez que a ameaça causa ansiedade, precisaremos encontrar formas de diminuí-la. Existem duas formas para isso. A primeira é lidar diretamente com a situação. A segunda é distorcer, falsificar, a natureza da situação através dos mecanismos de defesa (medida extrema tomada pelo ego para se proteger da tensão interna ou externa).

 

      Sabemos que os problemas existem para serem solucionados e somente não os têm quem já morreu. Ainda assim, por maior que sejam eles e toda tensão envolvida, não irão desaparecer e nem serão solucionados se, ao invés de encará-los, decidirmos fugir, principalmente, quando caímos durante a nossa caminhada.

 

     Tampouco, se passarmos a acreditar que somos autossuficientes e que não mais precisamos de ajuda, deixando o orgulho falar mais alto. Essa atitude, provavelmente, poderá nos prejudicar, pois não iremos conseguir, sozinhos(as) descobrir a causa ou as causas da nossa queda, o que nos levou a isso e, muito menos, buscar entender através do nosso processo do autoconhecimento, as formas que lidamos com as pressões e quais medidas tomamos para aliviar o desprazer.

 

        Destaco o texto de Dom Hélder Câmara,

“Não; não pares. É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa, manter o ritmo...Mas a graça das graças é não desistir. Podendo ou não podendo, caindo, embora aos pedaços, CHEGAR AO FIM...!

 

      Para isso, precisamos nos manter vigilantes, sem nos descuidar. Caiu?! Levante-se e retome o processo da caminhada. Afinal de contas cair faz parte de todo desenvolvimento.

 

      O foco precisa estar na aprendizagem, na descoberta e não na vergonha de ter caído. Conseguir mudar este foco poderá contribuir para verificarmos a raiz da queda, aprender com ela, reconhecer nossos erros, procurar corrigi-los e recomeçar, porque a vida é um contínuo recomeço.

 

       Santo Agostinho diz:

“Deus só permite um mal para dele retirar um bem maior, ou para nos livrar de um mal maior.”

 

       A todo momento, realizamos escolhas e todas elas têm consequências que nos levam para trás ou para frente. Decidimos qual caminho trilhar, como e com quem estar conosco nesta caminhada. Uma simples ação poderá nos derrubar ou nos fazer levantar mais fortes e firmes.

 

      Enfim, depende de nós decidir desistir de lutar diante das tensões diárias (internas e externas) e dos fracassos sem pedir ajuda ou seguir em frente, sacudir toda a poeira que veio com a queda, permanecer lutando, perseguir nossos objetivos, desbravar nosso processo de vida através do autoconhecimento e recomeçar já!

 

 

 

 

01.04.22

SAÚDE MENTAL NO AMBIENTE DE TRABALHO


sempreemfrente

"Em um mercado cada vez mais competitivo de negócios e profissionais, o acúmulo de pressões aumenta. Manter uma carreira estável hoje é, muitas vezes, sinônimo de estresse, ansiedade e outros tipos de sofrimentos mentais, tornando a saúde mental no ambiente de trabalho ainda mais importante.

Segundo dados da OMS, os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de perdas de dias de trabalho no mundo. Os casos leves causam em média perda de quatro dias de trabalho/ano e os graves cerca de 200 dias de trabalho/ano.

Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem ao redor do mundo com a depressão, sendo esta a principal causa de incapacidade laboral. Mais de 260 milhões vivem com transtornos de ansiedade. Muitas dessas pessoas vivem com ambos os transtornos.

Uma pesquisa realizada pela OMS estimou que os transtornos depressivos e de ansiedade custam 1 trilhão de dólares à economia global a cada ano em perda de produtividade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os transtornos mentais comuns acometem 30% dos trabalhadores ocupados e serão a principal causa de incapacidade até 2020. Além disso, são a terceira causa de benefício previdenciário auxílio-doença no Brasil.

A maior parte dos gastos relacionados aos transtornos mentais no ambiente de trabalho são os indiretos. Os gastos indiretos correspondem àqueles que não ocorrem especificamente como resultado dos transtornos, mas como consequências deles.

Estes correspondem às mortes prematuras, à perda de produtividade no trabalho, à menor escolaridade e ao uso de benefícios sociais como moradia e despesas judiciais. A maior parcela dos gastos indiretos se concentra no setor laboral, pelo absenteísmo, presenteísmo, afastamento e aposentadoria precoce.

Por que a saúde mental no ambiente de trabalho é importante?

A maior parte do nosso tempo é dedicado ao ofício. Se uma pessoa trabalha 8h diariamente, não dá para ficar exercendo suas funções ao mesmo tempo em que lida com transtornos mentais no ambiente de trabalho.

As frustrações no ambiente de trabalho são comuns e acontecem o tempo todo. Seja pela ameaça da perda do emprego, pelo desempenho não reconhecido, por falhas cotidianas, por relacionamentos complicados, pela insatisfação com o serviço ou pressões de produtividade.

Entretanto, todas essas aflições podem ser amenizadas em um ambiente que fornece as condições necessárias para a saúde mental.

O trabalho em si é ótimo para a saúde mental, mas um ambiente de trabalho negativo pode levar a sérias complicações, como vimos nos resultados da pesquisa citada acima. Assédio e intimidação no trabalho são problemas comumente relatados e tem um grande impacto na qualidade de vida das pessoas.

Saúde mental e trabalho constituem uma relação séria e complexa. A empresa e seus gestores devem estar atentos aos sinais de colaboradores com possíveis transtornos psicológicos.

Uma das primeiras reações a serem percebidas é a alteração do comportamento e do humor. A pessoa fica mais quieta, evita contato social, pode se tornar mais agressiva e menos tolerante.

Os locais de trabalho que promovem a saúde mental e apoiam pessoas com transtornos mentais são mais propensos a reduzir o absenteísmo, aumentar a produtividade e se beneficiar de ganhos econômicos associados.

Saúde mental e trabalho — quais os fatores de risco?

Existem muitos fatores de risco para a saúde mental que podem estar presentes no ambiente de trabalho.

A maioria dos riscos está relacionada às interações entre o tipo de trabalho, o ambiente organizacional e gerencial, as habilidades e competências dos funcionários e o suporte disponível para que os funcionários realizem seu trabalho.

Uma pessoa pode ter as habilidades para concluir tarefas, mas muito poucos recursos para fazer o que é necessário. Outro exemplo é onde pode haver práticas gerenciais ou organizacionais sem apoio. Alguns riscos para a saúde mental incluem:

  • políticas inadequadas de saúde e segurança;
  • más práticas de comunicação e gestão;
  • participação limitada na tomada de decisões ou baixo controle sobre a área de trabalho;
  • baixos níveis de apoio aos funcionários;
  • horas de trabalho inflexíveis;
  • tarefas obscuras ou objetivos organizacionais duvidosos.

Os riscos também podem estar relacionados ao conteúdo do trabalho, como tarefas inadequadas para as competências da pessoa ou uma carga de trabalho alta.

Alguns trabalhos podem acarretar maior risco pessoal do que outros, por exemplo, socorristas e trabalhadores humanitários. Isso pode ter um impacto na saúde mental e ser uma causa de sintomas de transtornos mentais no ambiente de trabalho.

Além disso, levar ao uso prejudicial de álcool e drogas psicoativas. O risco pode ser aumentado em situações em que há falta de coesão da equipe ou apoio social.

Assédio moral e psicológico são comumente relatados como causas de estresse relacionados ao trabalho. Eles apresentam riscos para a saúde dos trabalhadores e estão associados a problemas psicológicos e físicos.

Estas consequências para a saúde podem ter custos para os empregadores em termos de produtividade reduzida e aumento da rotatividade de pessoal. Eles também podem ter um impacto negativo nas interações familiares e sociais dos funcionários.

Como a empresa pode ajudar em relação aos transtornos mentais no ambiente de trabalho?

Um guia recente publicado pelo Fórum Econômico Mundial sugere que as intervenções nas organizações devem ter três abordagens:

  1. proteger a saúde mental reduzindo os fatores de risco relacionados ao trabalho;
  2. promover a saúde mental ao desenvolver aspectos positivos de trabalho e as habilidades dos empregados;
  3. enfrentar casos de problemas de saúde mental independentemente da causa.

Outras medidas incluem entender as oportunidades e necessidades dos empregados individualmente, ajudando a desenvolver melhores políticas para a saúde mental no ambiente de trabalho.

O guia também sugere alertar funcionários sobre ferramentas de apoio e onde podem encontrar ajuda dentro ou fora da organização.

Segundo a OMS, as intervenções de saúde mental precisam ser entregues como parte de uma estratégia integrada de saúde e bem-estar que cubra prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação.

A OMS lembra ainda que as organizações têm responsabilidade de apoiar indivíduos com transtornos mentais no ambiente de trabalho tanto para continuar como para retornar às atividades.

Muitas iniciativas podem ajudar indivíduos com transtornos mentais. Particularmente, a flexibilidade da jornada de trabalho, o redesenho dos fluxos, o enfrentamento de dinâmicas negativas do ambiente e a comunicação sobre apoio confidencial podem ajudar pessoas com transtornos mentais a continuar ou retornar ao trabalho.

Além disso, os acessos a tratamentos demonstraram ser benéficos para a depressão e outros transtornos mentais.

Por conta do estigma associado a esses transtornos, os empregadores precisam garantir que indivíduos se sintam apoiados e capazes de pedir ajuda para continuar ou retornar ao trabalho, e tenham os recursos necessários para isso.

Um ambiente de tabalho saudável pode ser descrito como aquele em que trabalhadores e gestores contribuem ativamente não apenas na produtividade da instituição como também para a promoção e proteção da saúde, segurança e do bem-estar de todos os funcionários."

Por Tatiana Pimenta