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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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01.08.21

NÃO FARÁS MORRER O INOCENTE E O ÍNTEGRO


sempreemfrente

        Em tempos atuais escutar que uma pessoa inocente e íntegra não irá morrer soa meio estranho e até beira um certo deboche. Quantas vidas inocentes estão se esvaindo por causa de ações homicidas.

     Entendo que matar alguém não significa somente retirar uma vida, mas ceifar todas as suas expectativas, sonhos, esperanças e possibilidades de crescimento quando, por exemplo, um agressor, aos poucos, reafirma seu domínio e poder autoritário ao aniquilar sua parceira e fazer com que acredite que é responsável por estar sendo violentada e agredida.

       Um agressor faz de tudo para enfraquecer a vítima até que ela acredite que não existe nada que ela possa fazer nem que possa mudar para evitar de ser agredida. Sente-se isolada e sozinha. Por isso, precisamos estar atentos(as) aos mais diversificados sinais, vindo de uma pessoa agressora e intervir, no momento em que percebermos qualquer indício de uma relação abusiva. Quem ama não desvaloriza, agride, enfraquece, ameaça, xinga, escraviza, nega os planos e as conquistas da parceira e muito menos a ignora.

    Não podemos mais ficar de braços cruzados ao presenciar relações assim. Quem disse que não podemos meter a colher em briga de marido e mulher deve ser um abusador. Não só devemos meter a colher, mas se preciso for, meter os talheres todos para defender quem está indefesa.

    Basta de violência! Nenhuma mulher nasceu para viver oprimida, com medo intenso, agredida de forma verbal, moral, sexual, patrimonial, física e psicológica. Estamos diante de tantas histórias terríveis que não podemos deixar que sejam minimizadas e naturalizadas ao ponto de não mais nos sensibilizarmos com a dor de outrem. Precisamos desenvolver a compaixão para quem sofre. Sair do nosso mundinho e entrar em um mundo bem maior, o mundo da outra pessoa. Sofrer com ela e caminhar juntos ao construir a vida em sinergia, renunciando ao domínio, assassinato e qualquer tipo de violência contra um ser vivo.

      Todos estamos interligados nesta existência. Através da atitude de não violência, evitamos qualquer sofrimento ou constrangimento a outros seres. Estender a mão para quem precisa e indicar o caminho da recuperação da pessoa, ajudando-a resgatar, aos poucos, sua autoestima, confiança, coragem, fé, força e alegria de viver são atitudes de quem cuida e valoriza a vida. Destaco a fala de Alice Miller,”Ao revelar as regras inconscientes do jogo de poder e dos métodos através dos quais ele obtém legitimidade, podemos promover mudanças básicas.” Não só ajudar a identificar os sinais de um agressor, mas também, proteger e apoiar a vítima no momento da confusão, da agressão e validar os sofrimentos e angústias de quem há muito tempo vem sendo desrespeitada e anulada.

    Enfim, quando passarmos a desenvolver um paradigma mais propício à vida, justiça e fraternidade entre todos, então, passaremos a cuidar uns dos outros. Leonardo Boff enfatiza, “O cuidado como modo-de-ser perpassa toda existência humana e possui ressonâncias em diversas atitudes importantes.  Através dele as dimensões de céu(transcendência)e as dimensões de terra(imanência)buscam seu equilíbrio e coexistência. Realiza-se também no reino dos seres vivos, pois toda vida precisa de cuidado, caso contrário adoece e morre.”