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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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01.02.21

AS MURALHAS


sempreemfrente

      Quantas muralhas durante o processo da nossa existência são erguidas por nós como impedimento para o nosso desenvolvimento! Talvez, durante o processo da nossa existência nem iremos nos dar conta que muitas destas muralhas foram levantadas com tijolos de outrem e por algum motivo aceitamos como sendo nosso, colocando um a um, ano após ano até se transformar em uma enorme barreira para nos relacionarmos e seguirmos em frente.

 

       Atualmente, parece que estamos cada vez mais, envoltos sobre diversos assuntos que, na maioria das vezes, não nos dizem nada. Apenas surgem para nos distrair daquilo que realmente é importante para nós. Tiram o nosso foco. O centro daquilo que acontece em nossa vida passa a ser o problema e não a solução. Ficamos inseguros(as) diante de tantas informações afirmativas, que se não buscarmos ter discernimento acabamos comprando gato por lebre. Sem distinguir a verdade da mentira.

 

       Precisamos ter cuidado para não sermos ludibriados(as) e manipulados(as) e acabarmos sendo portadores (as) de notícias falsas e perturbadoras que contribuem com a construção de uma grande muralha entre as pessoas. Essa muralha pode ser levantada pelo engano, mentira, intimidação, violência, assédio, corrupção, maldade, injustiça social, preconceito, egoísmo e desrespeito.

 

       Derrubar sozinha(o), uma parede alta que está nos prejudicando, talvez seja impossível por nos causar uma imensa insegurança pela sensação de estarmos sem proteção. Precisaremos de um esforço coletivo para, aos poucos, conseguirmos pôr abaixo essa parede. Enfrentar e se expor a uma situação em que não podemos prever exatamente o resultado de uma ação.

 

       “Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição de coragem”.

 

       Também, derrubar aquilo que nos deixa armados(as), impedindo-nos de estarmos inteiros(as) em uma relação que preze a autenticidade/ congruência, assertividade e liberdade, poderá nos permitir vivenciar experiências mais plenas e verdadeiras. Sem medo de SER imperfeito(a), de ser julgado(a), castigado(a), condenado(a) ou criticado(a) por deixar expor nossas falhas e dificuldades.

 

       Ninguém é perfeito(a). Segundo a célebre frase de Voltaire: “Não deixe o perfeito ser o inimigo do bom.” É um ledo engano acreditar que um dia poderemos alcançar a perfeição e somente depois disso, mergulhar em uma relação. Estamos todos(as) em construção. Todos os dias somos afetados(as) por alguém ou por um acontecimento. Também, afetamos. Afinal de contas a relação se dá em uma mão dupla. Somos um ser social. Interagimos um com o outo. Aprendemos e ensinamos. Decepcionamos e somos decepcionados. É durante as relações entre pessoas imperfeitas que crescemos e amadurecemos.

 

       Ousar SER quem somos é uma ação libertadora. Porém, essa ação não é fácil de ser realizada sozinha precisamos de apoio, principalmente, se apresentamos baixa autoestima. Precisaremos pedir ajuda para conseguirmos aprender a ter amor-próprio e aceitação. Acreditar em nosso potencial de vir a ter e vir a ser. Bem como, de interagir. Valorizar o nosso processo de vida, a nossa história. Nossas conquistas, derrotas e todo o lado da moeda para conseguirmos quiçá ter uma vida mais plena e vínculos mais verdadeiros que nos desafiam e encorajam a ir para a linha de frente, quando preciso for.

 

“Os seres humanos, ao mudar as atitudes internas de suas mentes, podem mudar os aspectos externos de suas vidas.” William James.

 

       Assim, desejo que possamos nos desafiar, mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos, render-nos e construir pontes ao invés de muros para que possamos, cada vez mais, não só ter uma aceitação afetuosa e apreço pela outra pessoa, mas também, viver relacionamentos com qualidade de vida, mais autênticos, transparentes e verdadeiros.