AMAR, SIMPLESMENTE AMAR
sempreemfrente
Iniciar o ano escrevendo sobre o amor, parece-me um grande desafio. Existem vários significados sobre a palavra amor: afeição, atração, devoção, demonstração de zelo..., porém o que mais me chama a atenção não são os mais variados significados, mas a verdadeira ação do verbo amar.
Podemos amar a Deus, a nós mesmos e ao próximo. Mas como? Alguns autores de diversos segmentos religiosos ou não, já nos deixaram como reflexão para a vida a prática do perdão como sendo um dos preceitos para amar. Contudo, perdoar uma traição, talvez seja para poucos. Entretanto, pedir o perdão seja para muitos. Quanta hipocrisia nossa, acreditar que somente nós fomos traídos(as).
“Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.” (Mateus 23,24).
Quem nunca não passou pela experiência de ter sido traído(a) ou mesmo trair? Muitas são as causas da traição, mas a forma como sentimos e desejamos nos livrar dela, é única.
“No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos prejudica, mas sim a maneira como procedemos depois de as ter cometido.” (Ovídio).
Talvez, realmente seja preciso estarmos banhados(as) de muito amor para conseguirmos nos desligar da traição e, enfim, perdoarmos o (a) infiel, bem como nos perdoar sem deixarmos nenhuma amarra que nos impeça de seguir em frente, livres.
Outro preceito para amar é a prática da fidelidade aos nossos valores e crenças. Obedecer ao que nos edifica.Refletir e avaliar se temos condições para assumir o compromisso, a responsabilidade, e cumprir custe o que custar. Isso são atitudes que refletem o quanto estamos amadurecidos(as), não só nos amando, mas também ao próximo, pois quando realizamos escolhas, as consequências delas respingam em nossa vida e na das pessoas que estão em nosso entorno. Por isso, amar não deve ser economizado. O amor se multiplica por divisão. Que tal doarmos o amor?
Tampouco, proporcionar a justiça é um dos preceitos do amor. Respeitar a convivência na sociedade. Reconhecer o mérito de alguém ou de algo. Avaliar o que é direito, correto e justo sem privilegiar um em detrimento dos demais.
Como disse a Legião Urbana:
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã...”
Até porque se não amarmos, poderemos adoecer: biopsicossocial e espiritualmente.
De acordo com Dias Da Silva,
“... a saúde não é apenas a ausência da doença, mas um conceito amplo que envolve bem-estar, qualidade de vida, autoestima e capacidade de amar.”
Que possamos ter coragem e desenvolver a capacidade de amar nem que seja como um dos antídotos ou quiçá o único para nos ajudar a lidar com os limites que a vida nos impõe, porque amar pode dar certo. Amar, simplesmente amar.
“Por ser exato, o amor não cabe em si.
Por ser encantado, o amor revela-se.
Por ser amor, invade e fim.” (Pétala, Djavan).