UM CANDELABRO
sempreemfrente
É notório de que muitas pessoas estão ávidas pela luz nem que seja de um candelabro para iluminar o que não estão conseguindo enxergar ou mesmo encontrar.
Quantas coisas podem estar perdidas! Talvez um sorriso com um olhar de esperança, um abraço aconchegante que transmita segurança e proteção, uma atitude mais gentil e fraterna, uma caridade recheada de boas palavras que transmitam alegria, bondade e verdade. Ilusão querer encontrar tudo isso ou mesmo até utopia acreditar que um dia ao encontrar iremos saber repartir com outrem? Pode ser.
Segundo Mário Sérgio Cortella, “Quem sabe reparte, quem não sabe procura.” Ter o que repartir nesse tempo sombrio que estamos vivendo, é uma bênção. Repartir alimentos, cobertores, água, medicamentos, palavra edificante, esperança ou mesmo fé, independentemente de ter crença religiosa ou não, passa a ser uma ação salvífica, solidária, coletiva e emergencial.
Não precisamos ir muito longe para nos depararmos com a pobreza, uma emergência que assola nossa sociedade, principalmente, nesse século. Destaco dois tipos de pobreza: o estado de pobreza da alma, quando não temos o que oferecer através de uma palavra de consolo e esperança para quem precisa. Tampouco, a falta daquilo que é necessário para a nossa subsistência, uma carência de bens e serviços essenciais para a vida.
Quantos cenários e demandas sociais pulsam em nosso entorno! Vivenciamos as mais diversas dificuldades de acessibilidade às garantias dos direitos sociais, vinculados à dignidade e integridade humana, que constam em nossa Constituição Federal, mas são violados a cada milésimo de segundo.
Ainda assim, devemos lutar e resistir a essa chacina social. Não aceitar mais as migalhas que tendem a humilhar e matar, aos poucos, a nossa autoestima, autonomia e potência.
Entretanto, precisamos buscar força, discernimento, sabedoria e luz para sabermos como devemos resistir e enfrentar essa crueldade, que tende a proliferar e espalhar incerteza, desesperança, violência, medo, desconfiança, mentira e corrupção. Um verdadeiro massacre social a olhos vistos velado com largos sorrisos, belas mensagens, abraços, mãozinha no ombro, aperto de mão, beijinho, assistencialismo e intelectualismo que geram uma corrupção moral com o intuito de nos deixarmos no escuro, escravizados(as) e privados(as) da nossa liberdade.
Diante desse cenário como ficarmos indiferente a tudo isso e acreditarmos que esse extermínio social não nos pertence e que sairemos ilesos(as) ? O que podemos fazer diante disso? Deixo como provocação essas reflexões, mas não para apenas pensarmos sobre a realidade que vivenciamos, mas sobretudo, buscarmos transformá-la para encontrarmos ou reencontrarmos a potência criativa que impulsiona a nossa vida.
Uma vez que esse cenário social é preocupante e fazemos parte da sociedade...que tal arregaçarmos as nossas mangas e fazermos a nossa parte? Deixar de ficarmos só reclamando, que isso poderá nos levar ao murmúrio e anestesiar nossas ações, para reivindicar algo que nos leve a uma mudança verdadeira e autêntica.
Afinal de contas se não estamos contentes com o que está acontecendo conosco, se a nossa árvore está adoecida sem condições de dar frutos, se a nossa terra não está boa para receber uma semente, talvez isso seja um sintoma de que algo precisa ser feito.
No entanto, se não estamos conseguindo enxergar a saída sozinhos(as), talvez tenha chegado, enfim, o momento para pedir ajuda nem que seja de um candelabro, mas que não seja qualquer um , e sim um que nos dê a luz que brilha forte, ilumina- nos afastando de toda prisão e escuridão, dando-nos condições para enxergarmos com clareza, identificar, reconhecer, encontrar e resgatar o que ficou perdido durante a nossa caminhada na estrada da vida. Bem como, ajudar-nos a descobrir o que está encoberto e, por conseguinte, estimular-nos a expressar e elaborar os nossos incômodos, medos, pensamentos, sentimentos, nossas incertezas, angústias , emoções e imperfeições para encontrarmos e garantirmos a nossa qualidade de vida.
Logo, fica aqui a dica para procurarmos um(a) psicólogo(a) que é um(a) profissional de saúde capacitado(a) com recursos teóricos e técnicos que faz toda a diferença, pois a sua “atuação psi é fundamental na consolidação de um modelo de cuidado que acolha a diferença, respeite a liberdade e garanta a cidadania e dignidade do sujeito em sofrimento”(CRP-RJ)