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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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13.01.19

SALVAÇÃO


sempreemfrente

 

        O substantivo feminino salvação me levou a pensar sobre as várias situações que experienciamos, em algum momento da nossa vida, que podemos qualificá-las como difíceis ou paralisantes, mas que independente da qualidade dada a elas, se não tivermos o interesse em provocar a mudança, provavelmente não teremos a graça de vivenciarmos a tão esperada redenção existencial.

   

      Sair daquilo que nos apresenta como duro de viver ou mesmo sair do marasmo que nos demanda muitas vezes diversos esforços: intelectual, afetivo e físico, não é nada fácil. Sobretudo, quando guardamos somente para nós o que nos constrange, embaraça, violenta, diminui diante dos olhares alheios e contribui com a nossa baixa estima e o surgimento do transtorno de humor: depressão.

   

     Poderia listar aqui vários acontecimentos como exemplo daquilo mencionado no parágrafo anterior. Contudo o que pulsa em minha mente, neste momento, são as explosões diárias de mensagens sobre as múltiplas formas de violência contra a mulher.

  

   Atualmente, estamos recebendo um bombardeio de informações sobre a destruição de sonhos e vidas de milhares de mulheres agredidas e mortas por homens que demonstram não conseguirem lidar com suas próprias limitações e fraquezas emocionais ao ponto de precisarem usar da violência seja física, psíquica, patrimonial ou moral para se sentirem fortes e imortais diante de um ser feminino.

  

    Essa violência muitas vezes surge aos poucos, em doses homeopáticas. O agressor vai aos poucos, minando a sua parceira com depreciações sutis , diminuindo sua autoestima e o respeito por ela mesma, com frases recheadas de palavras que a insulta, ofende, menospreza, critica, acusa, responsabiliza, ameaça e a enfraquece, até chegar ao ponto de a violentar, usando-a como fantoche e abusá-la do jeito mais sórdido e desumano, levando-a a viver uma apatia digna de salvação. A mulher se vê sozinha sem condições de enfrentar as múltiplas formas de violência sofrida e não consegue sair sem ajuda desta dinâmica de relação abusiva.

    Contudo, ao invés da sociedade dar atenção ao pedido de socorro a quem sofre abusos constantes, procurar escutar o que a vítima nos diz através da sua dor e abatimento físico e moral, resgatá-la de forma concreta para reverter a situação, tenho a impressão que a maioria das pessoas assisti de camarote o extermínio da mulher. Algumas chegam até a entrar no jogo de quem agride, desvalorizando a pessoa agredida com frases do tipo: “ela é sem vergonha”; “ela não presta”; “volta para ele por que gosta de apanhar”; “Por que não vai embora?”.

  

      O que está acontecendo com o ser humano? Por que tanta violência doméstica, familiar, ódio, menosprezo ou discriminação à condição da mulher? Como estamos nos relacionando?

   

      Parece que as informações que nos chegam a milésimos de segundos de nada estão nos adiantando enquanto nos apresentarmos como pigmeus emocionais, diante das relações humanas e interpessoais que nos cercam, e não darmos importância ao nosso crescimento existencial.

  

   Precisamos querer aprender a lidar com todos os bombardeios de informações que invadem a nossa vida, porque de nada irá adiantar se não soubermos lidar com eles.

 

Segundo o provérbio nigeriano:
“ Não saber é ruim; não querer saber é pior”.
(apud Como Enfrentar a Violência Verbal, 2015, pág.132).

   

     Algumas ações poderão nos ajudar a contribuir com a nossa evolução pessoal: investir na saúde emocional fazendo psicoterapia, buscando desenvolver a habilidade do autoconhecimento que é a base de todo o relacionamento humano; procurar desenvolver algumas competências como aprender a complementar a cognição e emoção; saber trocar a informação que é fundamental nas relações humanas e, principalmente, desenvolver a empatia para estarmos mais sintonizados(as) com os sutis sinais sociais que indicam o que as outras pessoas precisam ou querem.

  

   Enfim, precisamos ter o interesse em realizar alguns movimentos para a transformação começar a acontecer, contribuir com o processo em evolução, mudar como nos enxergamos e descobrir como estamos nos relacionando para que possamos alcançar a tão esperada redenção não só pessoal como também a social.

                                    

                                   (Fonte da imagem: sindicomerciariosviamao.com.br)

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