FAZER UMA FAXINA GERAL
sempreemfrente
(Fonte da imagem: google.com.br)
Existem momentos em nossa vida que demonstramos insatisfação com o rumo que ela tomou, pensamos que as coisas estão ruins, por não estarem fazendo mais sentido. Acredito que é nessa hora que devemos pedir ajuda, se necessário for, para conseguirmos arregaçar as nossas mangas e realizar uma verdadeira faxina em nossa casa, independente da nossa idade, se quisermos mudar a trajetória desta direção.
Segundo o filósofo existencialista Jean Paul Sartre “O homem está condenado a ser livre. ” Não temos como fugir disso. A todo momento escolhemos. Até quando expressamos não querer escolher, isso já é uma escolha. Toda escolha tem consequência e, como tal, definirá como devemos ser no mundo.
Contudo, ter consciência da nossa responsabilidade pelas escolhas que fazemos muitas das vezes nos causa angústia, mas não temos escapatória se quisermos alterar o final do percurso. Teremos que fazer a nossa parte. O ouro que nos reveste poderá ser lindo, mas se não for polido perderá o brilho.
Não adianta ficar somente no círculo vicioso da reclamação, do murmúrio e da paralisação, demonstrando insatisfação com as coisas ou mesmo com o comportamento das pessoas ao nosso redor se não realizarmos a nossa parte, escolhendo fazer algo para provocar a nossa mudança.Se estamos insatisfeitos, então, somos nós quem precisamos mudar.
Procurar perceber, aceitar, ter coragem e escolher quem deverá se manter afastado da nossa vida, porque insiste em nos impedir de ir adiante, em querer nos enfraquecer, em dizer quem somos e devemos ser, impor que não temos escolhas para dar sentido a nossa vida, que nada poderá ser mudado e que não temos mais jeito, poderá ser um grande começo para encontrarmos e resgatarmos a nossa liberdade de SER.
De acordo com Sartre “ O inferno são os outros. ”. O olhar do outro nos ajuda a nos reconhecer, carregados de contradições, com erros e acertos, fragilidades e fortalezas, mas ao mesmo tempo, também, nos causa angústia e conflito, porque as nossas escolhas e verdades são diferentes. Por isso, o inferno. Uma vez que tomamos consciência disso, podemos refletir sobre as diversas influências que sofremos durante a nossa existência e sentido que damos a ela: história de vida, valores, crenças, afetos/desafetos, atitudes e escolhas. Como disse Sartre: “ O mais importante não é aquilo que fizeram de mim, mas o que eu faço com o que fizeram de mim."
Portanto, estarmos insatisfeitos (as) com a direção que a nossa vida está seguindo não é ruim. O que poderá ser ruim é o que iremos fazer com isso, o que iremos escolher para alterar ou não esse rumo. Nada é imutável. A vida segue um fluxo constante. Afirmou o filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso: "Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio mudou. ” Assim, proponho que façamos uma faxina geral em tudo o que contribuiu e contribui na tomada das nossas decisões para não sairmos por aí, desenvolvendo atitudes sem autonomia e responsabilidade e deixarmos de realizar as coisas que definirá a nossa existência e dará sentido a ela.