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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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16.07.17

A QUEM DEVEMOS TEMER


sempreemfrente

   Nos dias atuais, deparamo-nos a todo momento com informações sobre violência urbana espalhada por todo o Brasil, principalmente, em algumas metrópoles. O medo está estampado na maioria dos rostos das pessoas e reflete na mudança em suas ações cotidianas. Vários tipos desse sentimento entram com muita intensidade em nossos lares através da vivência de fatos desastrosos ou mesmo por diversos meios de comunicação. O nosso foco fica tão direcionado para um perigo real ou imaginário, que às vezes nos impede de identificar a quem temer.

   

      Algumas pessoas quando acordam podem ser consideradas verdadeiras sobreviventes das violências sociais. Contudo, existem outras que sobrevivem, mas precariamente por estarem sendo bombardeadas, marginalizadas sem nenhum direito a ter direito. Passam fome, vivem em situação de rua e algumas pessoas até usam drogas como único recurso para lidar com a dor da marginalização. Outras, quando conseguem uma casa para morar têm seus direitos violados, onde são obrigadas pela situação, a viverem em um local sem saneamento básico e transporte público, sem acesso à educação, saúde, lazer, aos bens e serviços essenciais, restando para elas a sensação de impotência diante de tanta exclusão social.

        

      Sabemos que o dever do Estado, segundo a lei nº8.080/90, não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Porém, será que o Estado está cumprindo com o seu dever? A população brasileira em geral sente-se desamparada, amedrontada, sem condições de bem-estar físico, mental e social. O adoecimento da população, beirando a estado terminal, expressa como a organização social e econômica do nosso País está.

       

    Até quando ficaremos paralisados na presença de tanta violência cometida por algumas pessoas que deveriam cuidar dos negócios públicos? Assistimos os falsos políticos que roubam o bem público para utilizar em proveito próprio, fazendo uso de práticas imorais sem nenhuma ética. Presenciamos pessoas que não praticam a justiça junto aos homens nem lhes outorgam o bem. Parecem que naturalizamos esses gestos de políticos que exercem poderes apodrecidos sem nenhum interesse em preservar a vida da população.

       

      Acreditar que não temos o que fazer, por temer falsos políticos, a não ser o de aguardar o momento da aproximação do coveiro para fechar o caixão de braços cruzados, é muito triste. Tampouco, deixar para os nossos descendentes o medo paralisante, a vergonha por não termos feito nada para evitar essa situação terminal, a falta da compaixão, da justiça, da caridade e do direito.

      

      Logo, espero que possamos buscar a isenção de qualquer tipo de confusão para que consigamos através da clareza, coerência e discernimento, identificar não só a quem não devemos temer como também, a quem devemos temer: “ O sol, a lua e as estrelas, que brilham e se destinam à utilidade dos homens, obedecem de boa mente. ” (Baruc 6,59).

        

      

                         (Fonte da imagem: coletivoclaraboia.wordpress.com)

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