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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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14.04.17

A BOA NOVA


sempreemfrente

          Nesta madrugada pude experimentar uma sensação de insegurança que há algum tempo moradores do bairro onde resido não sentiam, pelo menos com tanta intensidade. Vários assaltantes fecharam a rua principal do bairro para estourar os caixas eletrônicos de um Banco. Houve diversos tiroteios com uso de material bélico pesado. Na cama, onde me encontrava, perguntava-me onde iremos parar, cadê aquela paz que a pouco tempo tínhamos a oportunidade de sentir durante o nosso descanso? Nesse momento que vivemos, nunca a boa nova é tão esperada para acalmar os nossos corações e nos dar força, coragem e esperança para seguir em frente.

          

         Onde foi que nos perdemos? Lembro de um tempo não muito longínquo onde podíamos sair das nossas residências e sentar nas calçadas com nossos vizinhos e amigos para sentir uma brisa refrescante da noite, brincar de pique, ouvir música e conversar, pessoalmente, olho no olho sem medo de expressar nossos sentimentos e sermos alvejados por bala perdida ou mesmo direcionada a nossa pessoa.

         

      Parar para nos questionar sobre o que está acontecendo conosco, com toda a humanidade, torna-se imprescindível, se não quisermos acelerar a nossa extinção. Precisamos aceitar que estamos todos gravemente adoecidos, precisando de cuidados concretos e não mais de paliativos. Não dá mais para fingir que a violência só acontece em alguns bairros ou guetos, com algumas raças e etnias ou classe social, porque isso é mentira e só nos impede de enxergar a realidade, o conflito em que vivemos e enfrentar a doença para resgatar a nossa qualidade de vida.

       

         Diante disso qual o nosso papel? Ficar de braços cruzados, sem reação, calados à espera do pior? O grupo Rappa na letra da música Minha Alma fala que “ paz sem voz não é paz é medo”. Ficar acreditando que o que vivemos é natural e que abrir a boca, expressar o que nos incomoda, rasgar o verbo, clamar e provocar pela mudança será uma bobagem ou não mudará a situação, só nos manterá amarrados ao medo. Isso não é vida.  

       

         Qual a paz que queremos? Aquela que nos cala na frente de uma injustiça, intolerância, agressão, insegurança e maldade? Ou será aquela que nos acalma, transmitindo-nos serenidade, força, segurança e que nos impulsiona para ir adiante, sedentos pela justiça, coragem e dignidade?

        

         Enfim, não tenho a intenção e muito menos a pretensão de dar respostas prontas. Até por que não existe uma única verdade ou ponto de vista sobre qualquer assunto, mas desejo provocar uma reflexão sobre a necessidade da boa nova, carregada de uma mensagem viva, para conseguirmos resgatar ou mesmo ressuscitar a paz que tem voz e nos faz sentir vivos, com força, coragem e esperança para impedir qualquer tipo de opressão.

 

                                    (Fonte da imagem: casoraro.com.br)

                                                                                      

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