RESTAURAÇÃO
sempreemfrente
Outro dia, refleti sobre a imagem de um copo de vidro quebrado e a possibilidade da restauração de algo que por algum motivo se quebrou em nossa vida.
Em algum momento da nossa existência, fatos inesperados aconteceram e não conseguimos dar conta porque surgiram, ao mesmo tempo, perdas afetivas, traições, problemas no trabalho, conflitos nas relações humanas, acidentes, violências e muito mais. E tudo isso precisou ser enfrentado para que encontrássemos alguma solução.
Contudo, muitos desses infortúnios deixaram rastros, ao ponto de nos sentirmos abatidos e com a sensação de estarmos com as nossas emoções fragmentadas. Quem nunca se sentiu assim, atire a primeira pedra. E desse jeito, sentimos como se alguém tivesse nos alvejado com um tremendo pedregulho e como consequência, ficamos em frangalhos.
Levantar e catar os cacos não é uma atitude fácil, requer uma baita energia e desejo profundo de dar continuidade à história.
Levantar e catar os cacos não é uma atitude fácil, requer uma baita energia e desejo profundo de dar continuidade à história.
O resgate do que ficou para trás, como os sonhos, metas, a confiança e a dignidade, associado à restauração de cada porção da nossa vida que foi arrancada e estabelecida como fracasso, passa a ser indispensável para nos trazer harmonia, força e foco em nossa evolução.
Quando nos erguermos confiantes, firmes em nosso propósito, apesar dos tombos, erros e fracassos, sentiremos a nossa alma como se fosse um jardim florido. E cheios de esperança, transformaremos o luto em regozijo. No entanto, se quisermos a salvação e a libertação de tudo aquilo que nos oprime, precisaremos de muita disposição para recolhermos o que foi despedaçado ou danificado.
Nessa hora, faz-se necessário discernimento para que saibamos escolher o que será reaproveitado, mas também, uma boa dose de humildade e constância em nossas ações, visto que, uma reconstrução precisa de tempo e muito empenho.
Entretanto, muitos desistem, durante o processo, por orgulho, imediatismo ou mesmo porque não suportam a sucessão de mudanças e acabam desistindo desse movimento.
Alguns gemem pelo que lhes aconteceu, guardam rancores, raiva, mágoas, não enxergam a esperança. Ficam escravizados em um ou mais acontecimentos, paralisados,tampouco, responsabilizam-se pela sua reconstrução.
Alguns gemem pelo que lhes aconteceu, guardam rancores, raiva, mágoas, não enxergam a esperança. Ficam escravizados em um ou mais acontecimentos, paralisados,tampouco, responsabilizam-se pela sua reconstrução.
Parar de olhar para aquilo que foi quebrado, nem sempre é fácil. Por isso, precisamos de ajuda para convertermos as nossas ações, erguermos sinais indicadores que nos orientem, nos ajudem a termos consciência dos passos dados em nosso caminho, das sendas que percorremos.
Assim, anseio que possamos enxergar o que precisamos transformar, pôr em bom estado aquilo que foi quebrado, usar discernimento, sabedoria e respeitar todo o processo de restauração, cessando os gemidos e secando as lágrimas, de modo que possamos renovar o que foi deteriorado em algum momento da nossa vida.
(Fonte da imagem: www.veja.abril.com.br)