DEPORTADO(A)
sempreemfrente
Hoje, me peguei refletindo o quanto já senti vontade de banir alguém ou algo da minha vida, mas acabei freando a minha veleidade por pura hesitação.Deportar uma pessoa ou mesmo um objeto para longe da nossa terra, da nossa vida, não é simples, requer paciência, decisão e renúncia.
Muitas das vezes, esse desejo está acompanhado de um grande pano de fundo recheado de : frustração, decepção, raiva, expectativa excessiva, inveja, medo e impulsividade. Por isso, tomar qualquer decisão sem refletir, me parece imprudência e me lembra atitude de adolescente que quer tudo para agora e do seu jeito.
Excluir alguém da nossa agenda, somente, por não corresponder mais as nossas vontades,momentâneas, não significa amadurecimento.Todavia, não saber a hora certa de dizer adeus para o que nos destrói, também.
Saber viver não é fácil, mas necessita de uma pitada de sabedoria e muita paciência. Como disse Lenine em uma das suas músicas: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma.Até quando o corpo pede um pouco mais de alma.A vida não para...Será que é tempo que lhe falta pra perceber?Será que temos esse tempo pra perder?”.
Ficar privado(a) de construir a nossa história e de poder escolher quem irá fazer parte dela, por indecisão ou impaciência, é muita perda de tempo e poderá ser um motivo da nossa morte.
Assim, proponho se quisermos nos tornar pessoas melhores, precisamos nos comprometer com a nossa vida: escolhas, sonhos, planos, metas e objetivos. Bem como, procurar conseguir tomar a decisão e renunciar algum comportamento que exerça controle sobre nós e nos afasta do nosso propósito de vida.
Tampouco, precisamos ficar vigilantes , pois existirá momentos em que precisaremos andar com uma peneira imaginária para separar o que constrói do que destrói, jogar fora o que nos faz mal ou aprender a reciclar, reconstruir ou ressignificar as nossas experiências.
Por conseguinte, proponho também, conhecer o local onde está nossa terra, aprender a manejar, limpar, adubar, cuidar, jogar a semente apropriada, na hora certa, separar o joio do trigo e saber esperar o momento exato para a colheita, pois tudo tem um tempo.
Segundo Eclesiastes, cap. 3, existe “Um tempo para cada coisa”. Tempo de nascer, morrer, plantar, arrancar,matar, curar,demolir, construir,chorar, rir,gemer, dançar, atirar pedras e ajuntá-las, abraçar, apartar, procurar, perder, guardar, jogar fora, rasgar, costurar, calar, falar, amar, odiar, tempo de guerra e de paz.”
Portanto, nada melhor para nós do que valorizar o tempo que temos disponível e procurar, se possível, o nosso bem-estar durante a nossa vida. Descobrir como estamos, o que gostamos, qual a nossa vocação, ideal, quem queremos que esteja ao nosso redor para compartilhar as nossas alegrias e tristezas, conquistas e derrotas. Uma vez que a vida é nossa e nos foi dada, que possamos valorizá-la com um proceder que nos edifique, deportando, se necessário for, algo ou alguém que precisa ser deportado(a) para que a nossa terra consiga dar frutos.
(Fonte da imagem: http://viajandodireito.com.br)