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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

29.05.13

IDOLATRIA


sempreemfrente

         A cada dia fico mais estarrecida com os fatos divulgados nos meios de comunicação.Indago: aonde iremos parar com as nossas escolhas?Quantas atrocidades são cometidas na nossa esquina e que já passaram a ser consideradas como naturais: homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, perjúrio...tudo isso e muito mais, às vezes, justificados por uma idolatria.

     

        Segundo o dicionário Houaiss,  idolatria é um culto que se presta a ídolos. No sentido figurado: amor excessivo ou admiração exagerada.

     

        Podemos idolatrar divindade, pessoas, profissão, trabalho, dinheiro, vaidade, beleza, status, poder e agir com total insensatez diante deste ídolo, escolhido a ocupar o centro da nossa vida, que nos impede de seguir adiante, nos escraviza e nos leva ao sofrimento, desgaste emocional e , muitas das vezes, à prisão ou morte.

      

       Qualquer ação ou afeto exagerado pode levar ao descontrole e  incorrer em um erro crasso: não enxergar o essencial e oferecer sacrifícios para conseguir o que tanto se quer TER e deixar de lado o seu SER.

      

       Adorar dois senhores ao mesmo tempo é impossível.Precisamos fazer a escolha que é inevitável.

      

      Viver acreditando que podemos idolatrar senhores distintos sem consequência alguma é dizer para nós mesmos que não estamos preparados para viver a realidade como ela é.Não nos esqueçamos que  toda escolha tem consequência, querendo ou não, tudo está conectado e a nossa vida é construída de acordo com os movimentos que realizamos.

     

     Ter a sabedoria e o discernimento durante  essa escolha é uma dádiva, porque influenciará o modo do nosso proceder diante dos empecilhos, das derrotas, decepções, conquistas, vitórias e alegrias.

    

     Tem gente que não consegue se dar conta de que a escolha que realiza, por menor que seja, tem um papel  fundamental no rumo da sua vida.

    

     Outrem, até tem consciência disso, mas passa um bom tempo da sua existência infeliz, encarcerada à escolha errada, sem coragem de voltar atrás, de fazer a conversão, por estar presa aos sacrifícios entregues ao ídolo que idolatra, que a oprime e a faz mal, que  desvaloriza a brevidade da sua vida e a despreza de forma insensata em prol de um grande mercado lucrativo, de forma desordenada.

   

     Por isso, desejo que possamos estar vigilantes, alertas, sóbrios e conscientes das escolhas que realizamos, sobretudo, do ídolo que estamos idolatrando para que no final o nosso epitáfio não seja como a letra dos Titãs: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer.Devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer...Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr.Devia ter me importado menos com problemas pequenos, ter morrido de amor...” 

 

                                                                                                                                     (Fonte de imagem: http://verlainefreitas.blogspot.com.br)

                                                           

08.05.13

LIBERDADE DE SER


sempreemfrente

 

 

 

                                              (Fonte da imagem: http://livre-livre.blogspot.com.br)

 

 

  

           Segundo o dicionário, livre é quem não está prisioneiro, está solto e desprendido.Não é fácil sentir-se assim, livre de tudo o que nos aprisiona e escraviza: valores, crenças, hábitos, rituais, afetos, ambições desmedidas, vaidades exageradas, medos, inseguranças...em prol de SER.

    

           Quando uma pessoa ao acordar decide renunciar tudo o que a oprime e impede de seguir em frente com autenticidade, sem levar consigo na bagagem  as imposições e perfeccionismo que a fizeram ficar estagnada e inflexível e a viver em um mundo cheio de ilusões e fantasias, isso é sinal de coragem e de muita vontade de SER livre.

    

          Querer e procurar ser uma pessoa livre, mesmo que não agrade, que não seja compreendida por todos e muito menos aceita, a deixa liberta de muitos melindres, acanhamentos, vergonha e artificialismo que podem ser grandes obstáculos para  realizar o verdadeiro encontro consigo e com o outro, de pessoa para pessoa.

   

           Esse encontro costuma provocar no ser humano um amadurecimento emocional porque ele passa a aceitar as coisas e as pessoas como são com menos rigidez, mais espontaneidade , criatividade , segurança para SER e disposição para  caminhar  com passos mais firmes, valorizando cada movimento da sua existência.

  

           Uma pessoa assim, não mais aceita em sua história ter o papel de coadjuvante e, sim,  de protagonista que se apresenta sem medo porque quer  participar da  história por inteiro .

  

           SER , integralmente, sem medo do imprevisível, é trabalhar dia a dia a criatividade , deixar-se criar, conhecer, mudar, transformar a caminhada mais real, única, verdadeira, sensível e valiosa, sem medo de abrir-se para a vida e para o outro.

  

           Para Rogers, podemos viver com a mudança permanentemente e precisamos estar sempre prontos para receber as coisas e a desistir delas, de acordo com a hora.

   

           Alexander Herzen por volta de 1850 escreveu: “Freqüentemente as pessoas aceitam o preconceito ou o hábito como verdade e, nesse caso, não se perturbam; mas se chegam alguma vez a compreender que sua verdade é um absurdo, o jogo termina.Daí por diante, é só pela força que um homem pode ser obrigado a fazer o que considera absurdo.”

 

          Contudo, esta decisão de SER livre, renunciar a rigidez, ser mais autêntico, ao ponto de provocar uma autenticidade nos outros, uma liberdade para troca, para a mudança, requer investimento diário, vigília constante para não  perdermos o sentido, o propósito deste encontro, desta comunicação interpessoal enriquecedora, onde permitimo-nos SER e permitimos que os outros SEJAM.

    

         Portanto, que possamos, se possível, estar abertos ao encontro verdadeiro, espontâneo e criativo sem máscaras rígidas, petrificadas que não mostram quem somos, apenas nos afastam, nos escravizam e nos impedem de ir em frente, de ser nós mesmos com mais coerência e liberdade.

 

 

01.05.13

A JUSTIÇA NOSSA DE CADA DIA


sempreemfrente

        Tenho pensado muito sobre a justiça nossa de cada dia diante dos fatos e acontecimentos expostos nos noticiários: aumento do número de menores infratores; pessoas que são condenadas a pena máxima, mas que não ficam presas por muito tempo; outras que se apresentam à delegacia por cometerem um crime e que, logo em seguida, saem pela porta da frente; outrem que por estar passando fome rouba comida e , imediatamente, é preso e etc.

      

         Será que temos praticado a virtude de dar a cada um aquilo que é seu?

      

         Penso que estamos passando por uma crise já anunciada, pois os nossos valores e limites estão frouxos.

     

         Não tenho a intenção de levantar qualquer bandeira, mas provocar uma reflexão sobre o nosso comportamento diante das injustiças  cometidas na frente da porta da nossa casa e que, muitas das vezes, nos fazemos de mortos por acreditar que não devemos nos meter em injustiça alheia e, com isso, acabamos perdendo a grande oportunidade de salvar uma vida.

    

        “Faze justiça tanto para o pequeno como para o grande”. (Eclo. 5,18)

     

         Ter um proceder reto, que não esteja em falta nem nas grandes nem nas pequenas coisas, não é fácil, mas necessário para que possamos conviver em uma sociedade com disposição de reconhecer os direitos de cada um.

      

         Segundo Anacleto O.Faria, “ ...o direito apresenta uma dupla finalidade: a segurança nas relações humanas e a justiça.Se o fim mediato do direito é garantir a ordem e paz na atividade humana social, o seu fim último é a realização de justiça”.

    

         Para realizar a justiça é preciso ter firmeza e obedecer aos fundamentos e regras universais que são imutáveis em seus primeiros princípios e reconhecidos pela razão humana: praticar o bem e evitar o mal, não prejudicar o outro, não matar... Esse direito natural é imprescindível do direito positivo que tem como significado o ordenamento jurídico em vigor em determinado país. Assim, o direito positivo está subordinado ao natural e não em sentido oposto.

    

         Portanto, praticar a justiça requer muito mais do que seguir ou não as condutas impostas, mas propiciar à humanidade o direito de nascer e crescer em um grupo social que ofereça meios para desenvolver e viver  em paz, com dignidade e amor, que garanta às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social com acesso à segurança, transporte, educação e ao trabalho de forma universal, igualitária e, acima de tudo, que a justiça nossa de cada dia salve vidas: “Não sejas como um leão em tua casa, prejudicando os teus domésticos e tiranizando os que te são submissos.Que tua mão não seja aberta para receber, e fechada para dar”.(Eclo.4,35-36)  

    

               

                                                                           

                                                   (Fonte da imagem:www.tvjustica.jus.br)