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Rosangela Perez / Instagram: @psicologarosangelaperez

Espaço destinado para provocar as mais variadas reflexões e inquietações sobre diversos temas do nosso cotidiano. Espero que contribua e o(a) estimule a transformar sua realidade. Meu site: www.psicologarosangelaperez.com.br

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26.03.13

A MORTE


sempreemfrente

 

        Refletir sobre a própria morte para algumas pessoas é impensável, pois não querem tocar no seu finito. Contudo, vida e morte são estados interligados. Um não existe sem que o outro exista.

        

        Segundo um ditado popular: só morre quem está vivo.

       

        Pensar sobre a morte de uma forma geral não produz problema para a maioria das pessoas, mas quando sinalizada sobre a individual, se recusa a trazer à baila esse tema que pode gerar muita ansiedade.

      

       Ter consciência do nosso fim é uma marca da humanidade e não é nem um pouco reconfortante, muito pelo contrário, ficamos angustiados com a possibilidade dessa experiência limite que faz parte do misterioso universo humano. Ainda assim, não negar a nossa morte é permitir explorar o curso da nossa vida e dos significados, é aprender a viver.

      

       Desde o nosso nascimento vivemos várias mortes: estágios da vida; mudança corporal; envelhecimento; marcos significativos da vida; aposentadoria; fenômeno do ninho vazio; acidentes;separações e muitas outras necessárias para a melhoria da qualidade de vida.

      

        Para José Carlos Rodrigues, “... a morte, sob o ângulo humano, não é apenas a destruição de um estado físico e biológico. Ela é também a de um ser em relação, de um ser que interage. O vazio da morte é sentido primeiro como vazio interacional”.

     

       Todos em algum momento ou de alguma forma já experimentamos algum tipo de morte ou participamos de algum rito da morte de alguém porque além de ser um fato inexorável, também, não é isolado.

     

       Todavia, tomar consciência da nossa mortalidade não nos deixa isentos de necessitarmos manter um sentido da imortalidade, dar continuidade a nossa existência seja através de filhos, ideias, escritos, trabalhos realizados ou plantação de uma árvore.

  

       Porém, algumas pessoas vivem presas às coisas que conquistaram e aos relacionamentos e acabam não vivendo a sua vida, têm medo de perder e evitam qualquer transformação que possa vir a sofrer mais adiante.Não lutam mais.Elas não percebem que o foco da sua existência passou a ser a morte e não a vida.Estão mais mortas do que vivas.

   

      “E em vez de insistir no que se perde, é importante ver também o que se cria e encarar o processo como um ciclo eterno de vida e morte, que não é bom, nem mau, apenas é”. (Robert M.Pirsig)

    

       Aceitar que a nossa vida é limitada nos confere um significado, um sentido de vida, uma força propulsora motivacional da existência, que nos deixa potencialmente vivos diante dos acontecimentos, providos da nossa individualidade e da liberdade de ser em busca de uma melhor qualidade de vida.

  

      “A morte não é um mero fim da existência”. (Heidegger)

   

       Portanto, conscientizar-se da própria morte não é ir ao encontro dela e sim valorizar a vida, intensificar cada momento presente, abandonar velhos comportamentos que não nos enriquece como pessoa, estar cientes de como realizamos as nossas escolhas, questionar a nossa qualidade de vida, encarar as nossas angústias, assumir as próprias responsabilidades, recuperar a coragem para lidar com o finito e reintegrar a vida e a morte como possibilidade de nosso projeto completo.

 
 
(Fonte da imagem:http://blog.cancaonova.com/felipeaquino)
12.03.13

VEREDA


sempreemfrente

 

 

 

                                                               (Fonte da imagem:http://profundopensar.blogspot.com.br)

 

 

 

 

  

        Diante da abertura do conclave onde os cardeais escolherão o novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana, peguei-me refletindo sobre a importância de nos prepararmos para realizar as nossas escolhas que poderão mudar o rumo das nossas vidas.

     

      Quantas vezes paramos e procuramos em silêncio descobrir o que realmente é crucial para nós?Parece que parar e preparar um espaço facilitador que venha contribuir para tomarmos ciência do que é importante  soa para a maioria das pessoas como perda de tempo.

     

      Tendemos a culpar alguém ou alguma situação por não estarmos encontrando tempo suficiente para olhar para dentro de nós para entrar em contato com o nosso sentimento, humor, nossos valores, nossa ética, moral, vontade, necessidade e possibilidade que poderão servir como eixo para a próxima escolha a ser realizada.

     

       Afinal de contas como dizia o poeta: “O tempo não para.” Sim, ele não para e nem muito menos as nossas escolhas porque as realizamos minuto a minuto em nossa vida, consciente ou não.

     

      Muitas pessoas vivem um dilema existencial: a angústia da escolha. Nem todos conseguem tomar a decisão e alguns procuram manipular os outros para decidirem por eles por quererem estar libertos das escolhas e das renúncias, pois “as alternativas são excludentes”. Para cada sim damos um não.

    

      Segundo Irvin D.Yalom, a decisão é uma experiência limite. “Ela não apenas nos confronta com até que ponto criamos a nós mesmos, mas também com os limites das possibilidades.Tomar uma decisão nos tira as demais possibilidades.”

    

       Nem todos estão dispostos a vivenciar essa experiência limite.

     

       Uma vez que as escolhas não param, as consequências delas, também, não.

      

     Algumas pessoas, também, apresentam dificuldades em se responsabilizar pelas escolhas feitas, pois não conseguem admitir os seus erros e acabam perdendo a grande oportunidade de aceitar que somos passíveis de escolhas erradas e que através delas podemos aprender: a olhar para trás, examinar a própria vida, aceitar as responsabilidades sobre aquilo que fizemos e nos apropriar dos nossos comportamentos: modo como tomamos a decisão.

    

       Portanto, nos preparar para tomar as nossas decisões, reconhecer os nossos limites,tomar posse do nosso papel e atuação dentro da condição da própria vida e acreditar que poderemos provocar alguma mudança real  é dar um passo primordial a caminho do amadurecimento emocional com responsabilidade pela escolha da vereda da nossa própria história.