VIDA MAIS JUSTA
sempreemfrente
No início desta semana os meios de comunicação não pararam de noticiar a visita da blogueira cubana que está incomodando algumas pessoas pelo fato dela não concordar com a política do seu país e expressar suas ideias. Então, pensei: quem está sendo injusto?
Segundo o dicionário Aurélio, justiça é “a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência”.
Expressar a nossa ideologia, mesma que contrária ao da maioria, é ser justo conosco e representa estar em consonância com nossos valores e crenças, requerendo coragem, firmeza, retidão, assertividade e dignidade.
“Isto acima de tudo: seja verdadeiro consigo mesmo.” Seja autêntico.
Quando conseguimos passar para as outras pessoas, sem medo de ser excluído, o que realmente sentimos e acreditamos é a glória, é o verdadeiro encontro entre seres humanos que conseguem aceitar um ao outro e demonstrar com liberdade como eles estão no mundo ou como eles são.
Muitas das vezes, para que esse encontro aconteça é preciso pagar um preço, às vezes, alto demais, mas imprescindível para mantermos a nossa liberdade de ser, de existir, ao invés, de viver presos em uma espécie de calabouços que nos impedem de ser escutados.
Contudo, apesar de todos terem o direito de sentir e agir de acordo com o seu desejo e vontade, precisamos estar conscientes de que tudo o que fazemos e escolhemos afeta alguém ao nosso redor, independente se a sociedade a qual vivemos é justa ou injusta de acordo com a nossa visão, porque não vivemos sozinhos.
A sociedade é composta por vários grupos sociais e eles são compostos por pessoas. Logo, somos a sociedade cheia de diferença e é isso que enriquece um grupo.
“Ser diferente é normal”.
Porém, se não estamos satisfeitos com o rumo o qual este grupo está tomando e que fazemos parte, precisamos parar e rever o nosso proceder.
Deixar de apontar os erros dos outros, de querer, somente, a mudança alheia, sair deste comodismo que demonstra total descompromisso com o grupo e passar a refletir sobre o nosso papel dentro dele, propor mudanças, mesmo que não sejam aceitas, inicialmente, mas tomar posse da nossa liberdade de ser com compromisso e fidelidade diante da sociedade, porque isso é ser justo.
Todavia, precisamos tomar uma decisão e confiar que uma jornada de mil milhas começa com o nosso primeiro passo e que ninguém pode nos impedir de expressar o nosso jeito de ser, de querer mudar, de ser livre, arrepender-se ou realizar uma conversão, se preciso for.
Portanto, façamos a nossa parte, cientes da nossa responsabilidade dentro do grupo o qual estamos inseridos, seja ele justo ou injusto aos nossos olhos ou dos outros, nem que para isso seja necessário gritar como uma mulher ao dar à luz, gemer, mas cheia de esperança que daqui a alguns minutos terá contribuído para o nascimento de uma nova vida, quiçá mais justa e democrática.
(Fonte da imagem: www.kersaber.com)